terça-feira, maio 03, 2016

.adeus death star

estive muito tempo dentro de um planeta de chuva ácida e sem luz ou até dentro de uma espécie de armadura-refúgio Darth Vader de onde lançava, mesmo sem quaisquer efeitos especiais, para o ar uma fúria inexplicável a todos os pequenos corpos que se aproximavam.

todos os dias pensava no que não gostava e que repetidamente fazia e no que gostava e repetidamente não fazia e sempre que tinha alguns minutos meus, era invadida por uma súbita crise existencial que me relembrava a angustia de não saber afinal porque é que tinha nascido.

eu era um bicho que não conseguia sair do curral, avessa aqueles que normalmente gostava de ler, escutar, ver, admirar... meus némesis, representavam um confronto com a minha condição, uma revolta por estar demasiado longe da possibilidade de me elevar ou de contemplar lugares sublimes, preferia ligar as Kardashians e inchar os olhos com vidas vazias disfarçadas de reais.

é tão fácil chegar a este lugar. é mesmo muito fácil.

sorte tive em conseguir escapar desta espiral e rapidamente percebi que desligar a tv, fechar os olhos aos jornais e ficar a sós com quem e o que realmente importa é a melhor forma de receber todos os raios de luz. quando se nos é apresentado um mundo editado, acreditem, há um outro bem mais genuíno dentro de cada um de nós.