segunda-feira, maio 24, 2010

.agora só falta escrever

abro o documento word: dissertacaovs2.0.docx, olho para as 3 páginas já escritas, imberbes, estáticas. reparo que tenho que escrever, pelo menos, mais 47 páginas.

fecho o documento word.

leio 3 livros de poemas, 4 romances. leio sobre o passado, a actualidade e leio o futuro.

penso no que poderia ter sido, no que não sou e gostaria de ser, nos livros, nos filmes e nas músicas que já deveria ter experienciado.

abro novamente o ficheiro dissertacaovs2.0.docx. volto a ler as 3 páginas, e desta vez decido que o melhor é delinear um plano, um cronograma, uma meta, um qualquer chicote de gestão que me faça escrever as restantes 47 páginas e gerar ficheiros com nomes como dissertacaovs10.6.docx.

depois de traçar o plano, vem a pausa. preciso de pensar, de consolidar, de estruturar, de desenhar o pensamento que irá preencher o ficheiro. o plano atrasa-se, o plano não está a ser cumprido, eu afinal não sei cumprir prazos, eu afinal sou igual a toda a gente!

vou ler mais livros de poemas e romances. pelo caminho, pego no livro de Proust que tenho ali na estante há anos à minha espera e se calhar vou visitar os avós e cozinhar qualquer coisa que demore tempo.



eu tenho tempo. tenho?

sexta-feira, maio 21, 2010

.hoje

vou imprimir as estrelas e reunir os astros, colá-los na minha parede e unir ponto a ponto até formar um caminho, um rumo, um sonho que seja a interface do meu devir e a dimensão do meu palpitar.

eu hoje quero mais do que o simples caminhar.

segunda-feira, maio 17, 2010

.tecnocrata

instrumentalização da emoção. coração...? NÃO!

a vida são dois dias e ao 2º acaba. há que aproveitar bem cada momento! e se amanhã fizer frio, fico debaixo dos lençóis a pensar no dia de ontem, porque depois de amanhã também é dia.

às vezes deixo que alguém ouça a minha melancolia, mas isso é só naqueles dias em que a almofada fica pequena, mas é tão raro! pois que a melancolia não trás alegria, já se sabe.

irrita-me aquele que vai sempre tomar o café lá no bar a meio da manhã, sempre cabisbaixo o homem... sempre que entra por lá dentro, trás uma nuvem negra carregada. deve achar que é o único com a vida a correr-lhe mal.

eu cá programo tudo! ponho o coração ligado ao computador e programo todas as minhas emoções, assim ando fresca todos os dias. não vou cá deixar o coração mandar-me a melancolia!

coração...? NÃO!