quinta-feira, março 23, 2006

Porquê parar?

O leão que era dente rugiu à volta do nariz do vizinho do 2º direito.
O nariz, que era sisudo e sério, respondeu com a arrogância do seu fulano, tendo expirado com força o ar condicionado ao seu corpo.

Nisto, a vizinha do 312 com o balanço das ancas no compasso de entrada desconcertou o nariz sisudo e sério do vizinho do 2º direito. Este começou a embalar-se no ritmo do farejo perdendo solenemente o anterior estado de seriedade.

Eis que os dois deparam-se com a vizinha do 1º esquerdo embrulhada no seu rafeiro, aquele que todas as manhãs deixa a entrada do prédio com presentes de boas-vindas! Ao cruzarem-se os olhos de todos rosnam, as ancas da vizinha do 312 páram a tempo, o nariz ritmado do vizinho do 2º direito encolhe zangado e a boca da vizinha do 1º esquerdo sorri em amarelo.

O filho dos vizinhos do R/C, guiado pela bola de futebol, tropeça nos dois vizinhos que estavam estáticos na entrada do prédio e marca golo no rafeiro da vizinha do 1º esquerdo. Os vizinhos estáticos em euforia gritaram: gooooolo! O rafeiro deu o seu último latido que foi ouvido somente pelo tísico ouvido da sua dona...

O dente que era leão, após ter repousado estes segundos, sentiu de novo a sua força locomotora... Partiu!

1 comentário:

Anónimo disse...

humm..tá mt prazeroso de ler,
adoro a forma como tu desenhas com as palavras...mas palavra de honrra...este n percebi.
lol
se agapo