segunda-feira, maio 17, 2010

.tecnocrata

instrumentalização da emoção. coração...? NÃO!

a vida são dois dias e ao 2º acaba. há que aproveitar bem cada momento! e se amanhã fizer frio, fico debaixo dos lençóis a pensar no dia de ontem, porque depois de amanhã também é dia.

às vezes deixo que alguém ouça a minha melancolia, mas isso é só naqueles dias em que a almofada fica pequena, mas é tão raro! pois que a melancolia não trás alegria, já se sabe.

irrita-me aquele que vai sempre tomar o café lá no bar a meio da manhã, sempre cabisbaixo o homem... sempre que entra por lá dentro, trás uma nuvem negra carregada. deve achar que é o único com a vida a correr-lhe mal.

eu cá programo tudo! ponho o coração ligado ao computador e programo todas as minhas emoções, assim ando fresca todos os dias. não vou cá deixar o coração mandar-me a melancolia!

coração...? NÃO!

3 comentários:

Stuck @ Zero disse...

e eu que adormeci a lembrar-me que o tenho e o sinto aqui dentro, um órgão que aperta e sente-se...

Inês Dias de Carvalho disse...

Poema do desamor
Desmama-te desanca-te desbunda-te
Não se pode morar nos olhos de um gato

Beija embainha grunhe geme
Não se pode morar nos olhos de um gato

Serve-te serve sorve lambe trinca
Não se pode morar nos olhos de um gato

Queixa-te coxa-te desnalga-te desalma-te
Não se pode morar nos olhos de um gato

Arfa arqueja moleja aleija
Não se pode morar nos olhos de um gato

Ferra marca dispara enodoa
Não se pode morar nos olhos de um gato

Faz festa protesta desembesta
Não se pode morar nos olhos de um gato

Arranha arrepanha apanha espanca
Não se pode morar nos olhos de um gato

Alexandre O’Neill [1924 - 1986], in “Dezanove poemas” [1983]

Stuck @ Zero disse...

like! thumbs up :)
Não se pode morar nos olhos de um gato