instrumentalização da emoção. coração...? NÃO!
a vida são dois dias e ao 2º acaba. há que aproveitar bem cada momento! e se amanhã fizer frio, fico debaixo dos lençóis a pensar no dia de ontem, porque depois de amanhã também é dia.
às vezes deixo que alguém ouça a minha melancolia, mas isso é só naqueles dias em que a almofada fica pequena, mas é tão raro! pois que a melancolia não trás alegria, já se sabe.
irrita-me aquele que vai sempre tomar o café lá no bar a meio da manhã, sempre cabisbaixo o homem... sempre que entra por lá dentro, trás uma nuvem negra carregada. deve achar que é o único com a vida a correr-lhe mal.
eu cá programo tudo! ponho o coração ligado ao computador e programo todas as minhas emoções, assim ando fresca todos os dias. não vou cá deixar o coração mandar-me a melancolia!
coração...? NÃO!
segunda-feira, maio 17, 2010
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3 comentários:
e eu que adormeci a lembrar-me que o tenho e o sinto aqui dentro, um órgão que aperta e sente-se...
Poema do desamor
Desmama-te desanca-te desbunda-te
Não se pode morar nos olhos de um gato
Beija embainha grunhe geme
Não se pode morar nos olhos de um gato
Serve-te serve sorve lambe trinca
Não se pode morar nos olhos de um gato
Queixa-te coxa-te desnalga-te desalma-te
Não se pode morar nos olhos de um gato
Arfa arqueja moleja aleija
Não se pode morar nos olhos de um gato
Ferra marca dispara enodoa
Não se pode morar nos olhos de um gato
Faz festa protesta desembesta
Não se pode morar nos olhos de um gato
Arranha arrepanha apanha espanca
Não se pode morar nos olhos de um gato
Alexandre O’Neill [1924 - 1986], in “Dezanove poemas” [1983]
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Não se pode morar nos olhos de um gato
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