lá fora, a chuva coloniza o betão armado, o vento sopra forte e determinado por entre a canópia urbana e o frio dissipa-se pelas frinchas frágeis e quase invisíveis. lá fora, exibe-se o vigor do grau de inclinação da terra com o seu próprio eixo, que encurtando os dias, encharca as noites longas com mantas, cobertas e pézinhos de lã.
aquece a acendalha que dá a ignição à futura combustão robusta da lareira, aquece a chaleira no fogão, aquece a luz baixa e quente. e no ar, aromas de cravinho e açafrão a lembrar a companhia das índias e o calor da epopeia das especiarias.
lá fora, o mar obedece ao vento e liberta a espuma zangada para o areal que quase não se vê. o mar aquece a marginal e as nuvens apagam as estrelas. lá fora, mesmo com o olhar colado ao céu apagado, imagina-se constelações sem fim.
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