domingo, fevereiro 10, 2008

escrutinio obliquo.

dissolvo o açúcar no café. sei que estou numa prova contra mim mesma. não perco a concentração da minha colher de plástico que raspa no copo de plástico que por sua vez permite a condução da temperatura para as minhas mãos que ardem de nervos, de calor, de atrapalhação. foco o olhar para os pormenores da parede branca em frente e reparo que colónias de musgo distribuídas ao acaso preenchem-na. talvez isso indique que aquela parede esteja virada para Norte e explique os recorrentes arrepios de frio que sinto enquanto me concentro no copinho de plástico, na colherzinha de plástico e na sua fragilidade enquanto formas descartáveis e perenidade enquanto material. aglutino-me nesta ideia, fecho as válvulas, os olhos, mergulho e venho à superfície segundos depois. senti aquilo, mas desliguei logo.

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