segunda-feira, fevereiro 18, 2008

.eureka, ufa, que alívio

nunca compreendi muito bem a minha natureza e muita dessa incompreensão traduziu-se, muitas vezes, em desapontamento comigo mesma, numa resma de lamentações e de raiva, num ciclo quase masoquista de intolerância contra mim. o meu (pequeno) percurso tem sido intenso e isso não é mais do que produto da dor a que me exponho, procuro e encontro sempre. é esta a tónica na minha vida.

hoje consegui ver esta geometria mental através de um novo vértice, ao ler uma daquelas frases batidas e enfadonhas, mas que, pelos vistos, existem por alguma razão (nunca gostei dessas razões, parecem-me sempre muito vulgares e desinteressantes também): "sem a dor não se transpõem fronteiras"

"Por caminhos só rectos, não sei ir.
Nos ínvios por que vou, não sei ficar.
Suspenso do passado e do porvir,
Venho e vou!, venho e vou!, não sei parar." - José Régio

2 comentários:

Stuck @ Zero disse...

Ou o desconforto gera mudança...
Já me disse a minha mãe há algum tempo, que "o corpo não foi feito para se sentir - tirando algumas excepções; que quando se sente alguma parte do corpo é porque alguma coisa está mal e há que agir" (isto bem antes do início do meu calvário corporal). Essa dor, se sei do que falas, quase pode ser física, né? Há que agir para a amenizar, e para mais tarde encontrar outra que a substitua. Ciclos de evolução.

Lipe disse...

Eu chamo-lhe desassossego, uma desconfortável sensação muda de que no fundo no fundo não pertencemos a lado nenhum, e talvez a ninguém. No meu caso...

O desassossego põe o espiríto a caminhar para a frente e para trás, de mãos cruzadas nas costas, á procura de respostas.

Um dia disseram-me que o espírito inquieto cansa, mas avança.
Não me sossegou muito, mas começei a reparar no caminho já trilhado.

beijo... ó minha Arquimedes