domingo, fevereiro 03, 2008

lamúrias sem álcool

os olhos inchados e curvos, a boca retraída e tensa, olhar vago em algo simples e lamúrias no canto da boca. o corpo inchado com frio, o pulso negro, a má circulação dos membros, a falta de sorte na inércia, a incapacidade que deus lhe deu, a gripe, o quarto desarrumado, a lamúria da lamúria, circunscrita, delineada, ridícula e obesa. pobre lamúria, pobre lamúria! tendões desajustados, coração sincopado, cama pesada, nefrídeos disfuncionais, esfíncteres obsoletos, azia crónica depois do café, fome depois de comer e no canto da boca, sempre ali no canto da boca, lamúrias que caiem dentro da gola da camisola de polyester que comprou em saldo há 4 anos numa boutique em liquidação de stock.

"Isto assim não pode ser...
Mas como achar um remédio?
-pra acabar este intermedio
Lembrei-me de enlouquecer" Mário de Sá-Carneiro

3 comentários:

Anónimo disse...

"Quando a dor no peito me oprime, corre o ombro, o braço esquerdo, surge nas costas, tumifica a carótida e dá-lhe um calor que não gosto; quando a respiração se acelera em busca duma lufada que a renasça, o medo da morte afinal se escancara (medo-mor, tamanha injustiça, torpeza infinita)..."

Luiz Pacheco (Comunidade)

Acho que te devo agradeçer, ter conhecido em vida, o velho louco que me é simpático.

As melhoras...besito!!

Inês Dias de Carvalho disse...

oh filipe.... eu n estou doente... quanto mto insolente...:p as melhoras???

olha lá, leste o meu mail...?

Stuck @ Zero disse...

ihihihi
eu sei de quem falas!!!