todos os dias esperava pela chegada do meu pai a casa. com ele vinha a fantasia, o teatro, a brincadeira e o abrir da mente. criei o hábito de o ouvir ler mitologia grega de forma tão expressiva, que eu, pequenina, imaginava o olimpo, os deuses e os humanos daquela época com um grau de realismo tão intenso que me fez pensar, quando fui à Acrópole em Atenas, que eu já lá tinha estado...
não sabia, na altura, porque é que aquelas histórias que me fascinavam tanto, também fascinavam o meu pai, mas agora que me lembro delas vejo que afinal aquela fantasia, aquele teatro e aqueles enredos não são assim tão olímpicos, mas sim bem terrenos, facto que me faz pensar que o meu pai sabia que, deste modo, me estava a ensinar a perceber o mundo, pois a natureza do ser humano, essa, é imutável.
"Vê de longe a vida.
Nunca a interrogues.
Ela nada pode
Dizer-te. A resposta
Está além dos deuses.
Mas serenamente
Imita o Olimpo
No teu coração.
Os deuses são deuses
Porque não se pensam." in Segue o Teu Destino, Ricardo Reis
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