"Casa roubada, trancas à porta"
Era o que ecoava na cabeça da Sra D. Estefânia, que vivia há mais de 45 anos naquela casa e coisa como esta nunca tinha acontecido.
Tinha perdido o seu marido há 6 meses e tentava pensar no que ele lhe diria numa situação destas, para distrair a sua vulnerabilidade, mas estava encandeada e a sua cabeça rodopiava velozmente à procura de um sentimento tranquilo, de um lugar familiar, de força... mas as pernas ficaram moles, o peito apertou, os olhos fecharam-se e a Sra D. Estefânia caiu ao chão e mergulhou num sonho quente e profundo.
A vizinha de baixo ouviu um estrondo vindo de cima e foi a correr afogueada pelas escadas acima, para ver o que tinha acontecido. Bateu com toda a força à porta da Sra D. Estefânia, a porta não se abria, o coração a 1000, a adrenalina a 200 fê-la bater com tanta força que abriu a porta e deparou-se com a Sra estendida no chão, com um sorriso incandescente. Tentou acordá-la, mas não conseguiu, chamou a ambulância e disseram: "Ela está a dormir....." E a vizinha disse: "Já não a via com este sorriso, desde que o seu marido morreu. Ela bem dizia, quando ficou viúva, que o marido tinha-lhe roubado o coração e que precisava de o trancar!"
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