pela janela vejo o horizonte cinzento e azul delineado pela geometria dos grandes volumes urbanos.
a paisagem rotineira abre fria a janela fechada. o desejo é outro.
o olhar coloniza outra fotografia. recortes do passado, de sonho e horizonte e ao longe... (carregar no: play full song here)
Gnossiennes No.5 - Erik Satie - Reinbert de Leeuw
domingo, junho 28, 2009
quinta-feira, junho 25, 2009
.na biblioteca a estudar
...silêncio, caros leitores! Estou muito ocupada a estudar para os exames da Faculdade.
terça-feira, junho 23, 2009
.o olhar não mente
é brilhante e emana palavras. de tanto olhar para ele, os meus olhos cansam-se e pedem-me descanso de forma pouco subtil.
já tentei explicar-lhes, aos meus olhos, que preciso deles para continuar a olhar para o ecran brilhante, então, de forma perspicaz e astuta, estes traçaram uma estratégia discreta, colocando pesos, de forma gradual, na minha cabeça. o resultado é óbvio: 7 cafés, pouca comida, música enfiada nas orelhas, guerra corpo-cérebro.
no fim da luta, fica a minha vitória, sobre mim mesma e um cansaço sistémico.
"Sei
fazer a guerra à guerra
sei histórias verdadeiras
sei resistir ao calor, aos temporais
Sei
rasgar quando é preciso
é preciso tantas vezes
duas vezes, outras tantas, muitas mais
Descansa a cabeça, que a travesseira
quem ta oferece é estalajadeira
Descansa a cabeça, que a travesseira
quem ta oferece é estalajadeira ..."
Sérgio Godinho, Descansa a Cabeça (Estalajadeira)
já tentei explicar-lhes, aos meus olhos, que preciso deles para continuar a olhar para o ecran brilhante, então, de forma perspicaz e astuta, estes traçaram uma estratégia discreta, colocando pesos, de forma gradual, na minha cabeça. o resultado é óbvio: 7 cafés, pouca comida, música enfiada nas orelhas, guerra corpo-cérebro.
no fim da luta, fica a minha vitória, sobre mim mesma e um cansaço sistémico.
"Sei
fazer a guerra à guerra
sei histórias verdadeiras
sei resistir ao calor, aos temporais
Sei
rasgar quando é preciso
é preciso tantas vezes
duas vezes, outras tantas, muitas mais
Descansa a cabeça, que a travesseira
quem ta oferece é estalajadeira
Descansa a cabeça, que a travesseira
quem ta oferece é estalajadeira ..."
Sérgio Godinho, Descansa a Cabeça (Estalajadeira)
sexta-feira, junho 19, 2009
.sopa de letras
quarta-feira, junho 17, 2009
.Bach
Estava com a cabeça mergulhada em conceitos e para criar algo de intangível nesses conceitos, escolhi uma banda sonora que sabia que ía tornar o esforço mais leve.
Mergulhei novamente a cabeça, mas desta vez ao som da música que escolhi e gelei quando ouvi a faixa número 12.
Mergulhei novamente a cabeça, mas desta vez ao som da música que escolhi e gelei quando ouvi a faixa número 12.
sexta-feira, junho 12, 2009
.copy paste
Andar a navegar na blogosfera tem destas coisas... Encontram-se fotocópias de fotocópias sentimentais.
Fui ver o blog do by neca e encontrei por lá este post da leonor:
"Os blogs são umas putas. Todos os meus ex's, e quando digo ex's não falo apenas de namorados, falo do geral, relações simplesmente falhadas, por uma razão ou outra tiveram conhecimento da existência do blog. Ora eles chegam aqui, lêem meia dúzia de baboseiras, encaixam como sendo dirigido a eles e saiem de papo cheio. Só que isto acontece quer eu já não os veja há um mês ou um há ano porque a condição do ego humano absorve sempre que tudo gira à sua volta. Então é assim: já não gosto de ti, nem de ti, muitos menos tenho saudades tuas ou tuas. Tu beijavas terrivelmente mal por isso esquece, e tu... bem digamos que a minha vida sexual teve momentos mais felizes. E não, de ti não gosto muito menos de ti.
Só queria esclarecer isto. Gosto é dele."
E um post destes só pode ter um adjectivo quase olímpico...DIVINO!
Fui ver o blog do by neca e encontrei por lá este post da leonor:
"Os blogs são umas putas. Todos os meus ex's, e quando digo ex's não falo apenas de namorados, falo do geral, relações simplesmente falhadas, por uma razão ou outra tiveram conhecimento da existência do blog. Ora eles chegam aqui, lêem meia dúzia de baboseiras, encaixam como sendo dirigido a eles e saiem de papo cheio. Só que isto acontece quer eu já não os veja há um mês ou um há ano porque a condição do ego humano absorve sempre que tudo gira à sua volta. Então é assim: já não gosto de ti, nem de ti, muitos menos tenho saudades tuas ou tuas. Tu beijavas terrivelmente mal por isso esquece, e tu... bem digamos que a minha vida sexual teve momentos mais felizes. E não, de ti não gosto muito menos de ti.
Só queria esclarecer isto. Gosto é dele."
E um post destes só pode ter um adjectivo quase olímpico...DIVINO!
quinta-feira, junho 11, 2009
.eu e as coisas fófinhas
Não sei bem como iniciar este post, mas hoje acordei com uma nova convicção. Passo a explicar...
Sabem aquelas fotos encenadas com abelhinhas, malmequerzinhos, borboletinhas, coelhinhos, rosinhas, aboborinhas, ovinhos, nenufarzinhos, girassóizinhos, conchinhas e outras coisas queridinhas acabadas em "inhas" com bébés lá enfiados?
Sim, essas fotos que transformam os bébés em objectos e que geram sorrisos e sentimentos ternurentos nos seres femininos adultos e que me fazem pensar repetidamente e em pânico: coitadinhos daqueles bébés, que serão futuros objectos adultos e, que por essa altura não terão mulheres adultas derretidas à sua volta, pois já não serão abelhinhas, malmequerzinhos, borboletinhas, coelhinhos, rosinhas, aboborinhas, ovinhos, nenufarzinhos, girassóizinhos, conchinhas e outras coisas "inhas".
E depois há o ritual da partilha destas emoções ternurentas com o sexo oposto, que ao ver aquelas coisinhas queridinhas sorriem e dizem: que queridinhos, que me faz rir por dentro em altas gargalhadas. Como é que é possível um ser masculino achar aquilo queridinho? O que se faz por um pedaço de pão...
Portanto, o que eu quero concluir é que há um certo desalinhamento na psicologia do desenvolvimento entre os seres femininos que apreciam os objectos que também são bébés e os seres femininos que não apreciam que os bébés sejam objectos queridinhos. E por favor, seres masculinos, sejam masculinos nos momentos certos.
Sabem aquelas fotos encenadas com abelhinhas, malmequerzinhos, borboletinhas, coelhinhos, rosinhas, aboborinhas, ovinhos, nenufarzinhos, girassóizinhos, conchinhas e outras coisas queridinhas acabadas em "inhas" com bébés lá enfiados?
Sim, essas fotos que transformam os bébés em objectos e que geram sorrisos e sentimentos ternurentos nos seres femininos adultos e que me fazem pensar repetidamente e em pânico: coitadinhos daqueles bébés, que serão futuros objectos adultos e, que por essa altura não terão mulheres adultas derretidas à sua volta, pois já não serão abelhinhas, malmequerzinhos, borboletinhas, coelhinhos, rosinhas, aboborinhas, ovinhos, nenufarzinhos, girassóizinhos, conchinhas e outras coisas "inhas".
E depois há o ritual da partilha destas emoções ternurentas com o sexo oposto, que ao ver aquelas coisinhas queridinhas sorriem e dizem: que queridinhos, que me faz rir por dentro em altas gargalhadas. Como é que é possível um ser masculino achar aquilo queridinho? O que se faz por um pedaço de pão...
Portanto, o que eu quero concluir é que há um certo desalinhamento na psicologia do desenvolvimento entre os seres femininos que apreciam os objectos que também são bébés e os seres femininos que não apreciam que os bébés sejam objectos queridinhos. E por favor, seres masculinos, sejam masculinos nos momentos certos.
quarta-feira, junho 10, 2009
.2 minutos e 15 segundos
investi naqueles 2 minutos e 15 segundos.
esse tempo, deu voz àquele meu silêncio reprimido, que acumulara ruído, poluição, tensão, expectativa... por isso, abri os pulmões, criei caixa de ressonância e expressei-me sabendo que, depois desses 2 minutos e 15 segundos, teria o meu mundo do avesso.
conquistei-me. que estranho, mas sim, é isso, conquistei-me.
esse tempo, deu voz àquele meu silêncio reprimido, que acumulara ruído, poluição, tensão, expectativa... por isso, abri os pulmões, criei caixa de ressonância e expressei-me sabendo que, depois desses 2 minutos e 15 segundos, teria o meu mundo do avesso.
conquistei-me. que estranho, mas sim, é isso, conquistei-me.
segunda-feira, junho 01, 2009
.take these sunken eyes and learn to see all your life
Blackbird singing in the dead of night
Take these broken wings and learn to fly
All your life
You were only waiting for this moment to arise
Black bird singing in the dead of night
Take these sunken eyes and learn to see
all your life
you were only waiting for this moment to be free
Blackbird fly, Blackbird fly
Into the light of the dark black night.
Blackbird fly, Blackbird fly
Into the light of the dark black night.
Blackbird singing in the dead of night
Take these broken wings and learn to fly
All your life
You were only waiting for this moment to arise,
You were only waiting for this moment to arise,
You were only waiting for this moment to arise
Black Bird - Maria Joao & Mario Laginha
Take these broken wings and learn to fly
All your life
You were only waiting for this moment to arise
Black bird singing in the dead of night
Take these sunken eyes and learn to see
all your life
you were only waiting for this moment to be free
Blackbird fly, Blackbird fly
Into the light of the dark black night.
Blackbird fly, Blackbird fly
Into the light of the dark black night.
Blackbird singing in the dead of night
Take these broken wings and learn to fly
All your life
You were only waiting for this moment to arise,
You were only waiting for this moment to arise,
You were only waiting for this moment to arise
Black Bird - Maria Joao & Mario Laginha
terça-feira, maio 26, 2009
.distraí-me
prostrada na esplanada de vidro sentei o meu olhar na rocha em frente. ouvi o som cristalino e salgado das ondas e imaginei todos os peixinhos que nadavam ao pé de mim. sorri, como se fizesse parte da brincadeira tola dos cardumes prateados na espuma do mar. não resisti em invejá-los e desejar ser, também, um peixinho de mar a fugir das redes e a deliciar-me com a força das ondas, nadando e fluindo sem fronteiras.
voltei para a esplanada envidraçada, e sacudi o sargaço do ombro, pois vi que estavam a olhar para mim.
voltei para a esplanada envidraçada, e sacudi o sargaço do ombro, pois vi que estavam a olhar para mim.
quarta-feira, maio 20, 2009
.força centrípeta
O que encontrei...
"Todos os movimentos da sensibilidade, por agradáveis que sejam, são sempre interrupções de um estado, que não sei em que consiste, que é a vida íntima dessa própria sensibilidade. Não só as grandes preocupações, que nos distraem de nós, mas até as pequenas arrelias, perturbam uma quietação a que todos, sem saber, aspiramos.
Vivemos quase sempre fora de nós, e a mesma vida é uma perpétua dispersão. Porém, é para nós que tendemos, como para um centro em torno do qual fazemos, como os planetas, elipses absurdas e distantes." in Livro do Desassossego, Bernardo Soares
terça-feira, maio 19, 2009
.estória na cidade: andante
Sei que não sou a única espectadora, o palco é de muita gente. Gente que se senta no lugar da janela e observa as estórias que viajam durante escassos minutos, mas que nos acompanham até casa e que preenchem, por tempo indeterminado, a imaginação.
Entrou no metro de modo conspícuo, com a roupa cinzenta, a remeter para um estado de alma um pouco enlutado, com o puxo cinzento e as rugas de quem já passou muitas horas ao sol a trabalhar. Ao lado dela, entrou, também, um sujeito quase transparente, encolhido sobre si mesmo, que tapado pelos seus óculos, provavelmente já a precisarem de uma substituição vai há mais de 15 anos, tornou-se disponível para ouvir o que a redonda e curvilínea matriarca tinha para dizer bem alto sobre o passe do metro para reformados. Bem alto, aquela mulher que era de um outro tempo, fazia publicidade ao metro, dizendo que agora ía para todo o lado num instantinho: "Eu agora vou para matosinhos, boavista, s. joão... só não dá para ir pá maia, para gaia... de resto, vou para todo o lado!!! É uma maravilha!!"
O reformado, transparente e silencioso, acenava com a cabeça, concordando com todas as vantagens que a redonda mulher enumerava bem alto, sem acrescentar nada às suas palavras...
O metro tinha agora chegado a uma das estações mais cosmopolitas da cidade e, do metro moderno, vejo a sair a mulher anacrónica, com a camisola cinzenta, a saia cinzenta, o avental cinzento, o puxo cinzento, o andar gingão de quem já foi mãe de sete e, a condizer com o metro, nos pés calçava uns crocs amarelos.
Surpreendida com a conjugação de todos os factores, esbocei um sorriso para mim própria, observando a ironia de todo o episódio. Ao mesmo tempo, entrou uma mulher, geométrica, rural, com um fato de fibra, mal assentado ao corpo, com cabelo preto vivo e penteado de senhora de idade da aldeia, que sem uma ruga ou expressão, tinha uns óculos sem jeito. Senti o desconforto dela enquanto ser feminino, desviei o olhar, para ela não se sentir observada, mas não resisti em decifrar as letras que estavam na pastinha que ela religiosamente carregava: Técnicos Oficiais de Contas. Era contabilista.
Próxima paragem... Carolina Michaelis. Saí.
quarta-feira, maio 13, 2009
.estórias urbanas: as mulheres e as aves canoras
margarida eufémia, vivia no 2º esquerdo do prédio das portadas brancas. saía todos os dias para o trabalho, gingona e bem disposta, a ouvir a canção que um tal de melro lhe cantava frequentemente. embrulhada pelo chilrear, aquecia o peito e cantava um sorriso infinito, que fazia desabrochar todas a flores por que passava.
a sra d. vitória, dona do quiosque lá do bairro, dizia, sempre que via margarida eufémia a passar nesta figura, que o melro que ela ouvia cantar era um bandido e que mais dia menos dia, margarida eufémia iria passar na rua de lágrima no canto do olho, fazendo murchar todas as flores que encontrasse na rua e que o seu coração iria definhar de tristeza... mas margarida, alheia a tudo, continuava na sua nuvem a passear-se pelo bairro, exibindo a sua felicidade, para todos os seus vizinhos, e contagiando a atmosfera circundante...
um dia, margarida saiu do seu prédio, com outro ar, um ar mais decidido, mais assente no chão. A sra d. vitória desconfiou logo... O melro já tinha feito das suas vadiagens... Não resistiu e perguntou a margarida: "Então, guidinha? Como vai o melro?" ao que margarida eufémia respondeu: "melro? eu agora tenho um colibri"
a sra d. vitória pensou para si mesma, que no tempo dela as moças não tinham esta sorte... se ela soubesse o que hoje sabe, se calhar não estaria com o mesmo pardal há 25 anos, sempre gostou mais de piriquitos.
domingo, maio 10, 2009
.estória na cidade: esferovite
com os papéis na mão, retraíram-se os músculos no coração e no lugar comum pequeno e asfixiante, enquanto o trânsito aquecia a cidade.
depois, o tempo e a memória criaram a bifurcação volátil do anterior sentir e a única coisa que ficou, foram bolas de sabão.
agora, o horizonte está livre de toda a geometria sinuosa dos velhos edifícios. é tempo de projectar a nova cidade... no esferovite.
terça-feira, abril 28, 2009
sábado, abril 25, 2009
.estórias urbanas
sempre caminhou na rua com a carga do corpo na mala ruidosa, no asfalto negro de chumbo. apenas quando a luz era parca e crua, negra e funda, caminhava ouvindo apenas o ruído das rodas, que eram o chão da sua cabeça e o poço do seu pesar. a cabeça, coberta pelo boné roído pelo tempo, cabisbaixa e obesa de melancolia, seguia em frente, obrigando o corpo a imergir na negritude da cidade.
a luz ao longe nas casas altas e paralelipipédicas e o vento a zumbir a velha canção.
a cidade era a casa.
quarta-feira, abril 22, 2009
terça-feira, abril 21, 2009
quarta-feira, abril 15, 2009
.estar só e com sede
chegara a casa de mais uma noite quente e boémia, com pitadas de arejo por um lado e, por outro, um je ne sais quoi de melancolia e despedida. Por isso, nessa noite, enfim, gelei-me com a alegria parva do 1€ por um fino e perdi a conta.
a casa esperava-me só, com as três assoalhadas vazias, o chão de granito polido da entrada frio, o eco da minha presença a reflectir-se nas paredes pastel e a torneira de sede a encher-me o copo de água, repetidamente, para que no dia seguinte, a cabeça não continuasse a andar à roda ou em alta pressão.
concentrada no que pensava e no que havia para sentir, fui interrompida por um som seco e forte atrás de mim. parei e hirta virei-me para trás. novamente, PACK!, olhos esbugalhados, braços junto ao corpo, pescoço para trás, paragem respiratória. tentei identificar com o olhar a origem do som e dividi-me entre o frigorífico e a porta da lavandaria, com janela para o exterior, do lado esquerdo do frigorífico.
será que alguém tinha trepado 4 andares pelo tubo das águas pluviais e entrado pela janela minúscula? ou será que o meu frigorífico tem problemas de coluna e estava a ter uma massagem chinesa feita pelos anõezinhos chineses do líquido congelante?
a casa esperava-me só, com as três assoalhadas vazias, o chão de granito polido da entrada frio, o eco da minha presença a reflectir-se nas paredes pastel e a torneira de sede a encher-me o copo de água, repetidamente, para que no dia seguinte, a cabeça não continuasse a andar à roda ou em alta pressão.
concentrada no que pensava e no que havia para sentir, fui interrompida por um som seco e forte atrás de mim. parei e hirta virei-me para trás. novamente, PACK!, olhos esbugalhados, braços junto ao corpo, pescoço para trás, paragem respiratória. tentei identificar com o olhar a origem do som e dividi-me entre o frigorífico e a porta da lavandaria, com janela para o exterior, do lado esquerdo do frigorífico.
será que alguém tinha trepado 4 andares pelo tubo das águas pluviais e entrado pela janela minúscula? ou será que o meu frigorífico tem problemas de coluna e estava a ter uma massagem chinesa feita pelos anõezinhos chineses do líquido congelante?
fiquei estática, com vontade de fugir porta fora, pois, nessa altura tanto me pareceu razoável a teoria do ladrão trepador, como a das massagens do líquido congelante... a única solução para esta chave dicotómica seria abrir a porta da lavandaria de rompante, com o meu fato de super-mulher e, se desse de caras com um ladrão, eliminá-lo com o meu super poder de super-mulher, que seria, talvez, a transmissão em decibéis dolorosos da dolorosa música do andré sardet.
no entanto, não sei se foi da torneira que me encheu de sede, se foi da fraqueza que por vezes se me dá nas pernas, continuei estática, gelada, cheia de medo, a olhar ora para o frigorífico, ora para a porta da lavandaria. não sei quanto tempo assim passei, mas achei que a solução passava por sair da cozinha, fechar a porta da cozinha, fechar a porta do corredor, enfiar-me na cama, com a porta do quarto bem fechada. depois de dormir, saberia lidar ou com o ladrão trepador ou com a fisioterapia do frigorífico.
no entanto, não sei se foi da torneira que me encheu de sede, se foi da fraqueza que por vezes se me dá nas pernas, continuei estática, gelada, cheia de medo, a olhar ora para o frigorífico, ora para a porta da lavandaria. não sei quanto tempo assim passei, mas achei que a solução passava por sair da cozinha, fechar a porta da cozinha, fechar a porta do corredor, enfiar-me na cama, com a porta do quarto bem fechada. depois de dormir, saberia lidar ou com o ladrão trepador ou com a fisioterapia do frigorífico.
terça-feira, abril 07, 2009
.salmoura
é ali, ao pé das ondas e das rochas que aqueço a areia, enquanto observo o horizonte melancólico e linear que me separa de mim.
escuto as ondas e apago a distância, enquanto desfio novelos e cores e formas.
é ali, naquele espaço cheio de espaço, que me quero aquecer, enquanto o tempo passa constante e anacrónico de mim.
escuto as ondas e apago a distância, enquanto desfio novelos e cores e formas.
é ali, naquele espaço cheio de espaço, que me quero aquecer, enquanto o tempo passa constante e anacrónico de mim.
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