1. incapaz de eliminar o pó dos seus móveis, sentava-se sózinha no sofá a viajar. visitava aquilo que pensava ter visitado e quando desembarcava de novo no seu sofá, o seu olhar caía para o pó que tinha limpo. com persistência voltava a limpar e, com a mesma persistência, verificava se as janelas estavam bem fechadas, mas... mal acabava de limpar o pó voltava!
2. sempre achou que o excesso de bibelots na decoração de sua casa é que faziam com que o pó por centímetro quadrado fosse tão grande. via a pobre coitada da mulher a limpar vezes consecutivas a casa, no entanto isso irritava-o, pois quando queria ser engolido pelo sofá depois de um dia de trabalho, ouvia e sentia o pano a passar pelas curvas dos móveis e pelas curvas dos bibelots de forma sistemática e obesa. pedia ajuda a Deus para que a sua boca não fosse grande e ao mesmo tempo desejava que aquele pó deixasse de cair ou então que os bibelots caíssem.
3. os bibelots caíram. o pó ficou.
quinta-feira, novembro 20, 2008
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